Parte de fazer uma viagem de um ano pelo mundo é que isso
demanda um bom planejamento financeiro, um controle e acompanhamento quase
diários das contas para que se possa rapidamente identificar qualquer desvio, e
com isso traçar um plano de recuperação
No caso da Austrália, como poderão observar não tivemos grandes contratempos. O recorte do gráfico de gastos acumulados referente à Austrália mostra que obtivemos uma economia de US$ 956,77, e em nenhum momento ultrapassamos os gastos previstos.
No caso da Austrália, como poderão observar não tivemos grandes contratempos. O recorte do gráfico de gastos acumulados referente à Austrália mostra que obtivemos uma economia de US$ 956,77, e em nenhum momento ultrapassamos os gastos previstos.
Tivemos sim, grandes variações de gastos diários, em função dos tipos de hospedagem e das atividades que nos comprometemos a fazer, conforme mostra o gráfico comparativo entre a média de gastos diários esperado versus o realizado.
Em alguns dias nosso gasto foi zero ou próximo disso, pois ou já havíamos comprado
todos os mantimentos para o dia nos dias anteriores, e então passamos o dia apenas
andando pela cidade, sentados em parques públicos consumindo nossos sandwiches
“home made”, ou então tivemos dias como
na Tasmânia em que estivemos trabalhando durante o dia, e que não tínhamos gastos
com hospedagem e alimentação. Em compensação, houveram dias com gastos altos, como
no dia 30 de setembro, dia em que realizamos o pagamento de mais de US$ 700,00 referente
ao passeio de 3 dias em um barco com direito a mergulhos na Grande Barreira de
Corais, ou nos dias 19 e 20 de setembro, datas da compra das passagens de
ônibus de Adelaide a Alice Springs, que nos custaram aproximadamente US$ 400,00
para o casal, e aluguel de um carro/mini-camper para passar 3 dias no outback.
Vale lembrar que nosso planejamento foi baseado em gastos
médios diários, já que não é possível em uma viagem de grande duração como a
nossa, estabelecer uma programação diária de atividades o que por consequência
geraria um fluxo de caixa igualmente atrelado.
Iniciamos nossos dias pelas terras dos cangurus com uma
economia já realizada de 7,22% em relação ao planejado (essa margem inicial foi
gerada nos meses anteriores ao início da viagem, em compras de malas, roupas,
passagens e custos de vistos, por exemplo), e terminamos nossa viagem pela Austrália
com essa margem em 10,09%, conforme mostra o
gráfico abaixo:
No dia 30 de setembro, dia do pagamento do
passeio na Barreira de Corais, chegamos ao patamar mais apertado da nossa margem com
apenas 5,90% de diferença entre o efetivamente gasto e planejado. No entanto,
nos dias que se seguiram, conseguimos economizar o suficiente para
voltarmos ao patamar inicial, e 15 dias depois, já no final da passagem pela
Austrália, chegamos aos 10,09% de margem, acima da nossa meta de 10%. Para
isso, conforme já esperávamos, fugimos dos passeios tipicamente turísticos como
Frasier Island ou Withsundays, cujos custos diários por pessoa podem facilmente
ultrapassar os US$ 300,00. No entanto, isso nos proporcionou experiências
incríveis como podem ler aqui.
Quanto à representatividade dos gastos que tivemos, pode-se
ver pelo gráfico de distribuição de custos, que os custos de transporte tiveram
bastante impacto nas contas, com mais de 41% de representatividade.
Apesar de termos economizado bastante, com 2 relocações de
carros de grande percurso (entre Alice Springs e Cairns e Cairns e Sydney), o
custo de deslocamento na Austrália é bastante alto. O litro de gasolina ou
diesel varia entre AU$ 1,37 e AU$ 2,40 dependendo de onde você estiver no país, e
como dirigimos aproximadamente de 10.000 Km, tivemos que arcar com o custo do
combustível. Mas ainda assim, há de se levar em conta que qualquer passagem de
ônibus/ trem ou metrô na Austrália não lhe custará menos do que AU$ 3,50. Além
disso, o preço das passagens de ônibus entre cidades também não são nada
amigáveis, como já tratado neste post. Como podem ver no mesmo gráfico, nossos
gastos com compras foram praticamente inexistentes (portanto não tenham grandes
esperanças quanto a ganhar um souvenir da Austrália. O único beneficiado aqui
foi a Clarinha, nossa sobrinha, que vai ganhar um canguruzinho assim que
encontrarmos um país em que os custos de postagem sejam acessíveis). Custos de
alimentação e hospedagem praticamente se equivaleram, mas há que se levar em
conta que incluímos cerveja e vinho, que são caros por estas terras, nos custos
de alimentação, e que tivemos uma redução significativa dos gastos com
hospedagem utilizando bastante couchsurfing, dormindo no carro, no ônibus
noturno para Alice Springs, e contando com a ajuda da Lu e do Ben em Sydney.
Já os custos com passeios foram muito impactados pelo
passeio de barco na Grande Barreira de Corais, que nos custou o equivalente a
US$ 850,00 o casal, contando todos os gastos (inclusive os mergulhos extras).
Assim, entendemos que se ainda quiser economizar mais que
nós, a estratégia é não consumir bebidas alcoólicas, deslocar-se o mínimo
possível (tentando se hospedar nas regiões centrais das cidades, de preferência em hostels ou couchsurfing) e fugir dos passeios
turísticos. Isso já ajuda bastante...
No fim da viagem, acreditamos que toda a passagem pela
Austrália acabou por ser bem sucedida. Financeiramente, conseguimos superar as
expectativas de gastos com uma economia de US$ 956,77,
o que representa 13,64% do budget planejado para a Austrália. Isso nos permitiu
economizar para os próximos meses, onde os custos tendem a ser bem mais baixos. Considerando que a Austrália, com um gasto médio diário esperado por casal de US$ 176,00, é a 2a parte mais cara de nossa viagem (perde apenas para a África, onde a média de gasto esperada é de US$ 200,00 para o casal), isso representa um ótimo número, já que cada dólar economizado aqui, terá muito valor nas próximas fases da viagem, onde o mesmo dólar vale muito mais do que na Austrália (costumo dizer que cada cerveja não consumida na Austrália representa umas 6 cervejas que poderemos consumir na Tailândia, por exemplo, já que a mesma latinha de cerveja que custa entre US$ 3,00 e US$ 4,00 na Austrália, pode chegar a custar cerca de US$ 0,50 no sudeste asiático).
Agora vamos em direção ao Japão onde também temos uma expectativa de gastos
diários de US$135,00. O Japão ainda está entre os países com custos mais altos dentro do nosso planejamento,
mas ainda assim, bem menores do que na Austrália e serão apenas 15 dias, o que
reduz os nossos riscos de sairmos fora dos planejamento. E que os ventos não levem nosso dinheiro em vão...
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