Como
colocamos em nossos posts referentes à Índia, manter qualquer coisa em ordem na
Índia é um grande desafio, e acreditamos que nossas contas não tenham passado
sem maiores consequências. Mas estamos aqui para mostrar essas e outras
dificuldades e também fazer as devidas ponderações quanto a cada caso. Então
vamos a isto:
Margem entre planejado e realizado despencou 2 pontos percentuais
Considerando a margem de erro, podemos ter ganhado na mega-sena
Nosso
budget total previsto para a Índia era de US$562,00, mas tivemos um gasto total
realizado de US$996,45. Um gasto 77,30% acima do previsto!!! Terrível não?!
Pois é... Mas nossas contas não são como a Índia, e portanto, temos controle
total sobre elas. Assim vamos às explicações de como chegamos a estes números.
A linha de gastos realizados (azul),
perigosamente se aproxima do planejado (vermelho)
Nossa
previsão era de que gastaríamos uma média de US$41,00/dia na maioria dos dias,
e US$10,00/dia em Rishkesh quando ficamos no Ashram (veja o post sobre Rishkesh
para entender o que se passou). Com isso, nossa média diária prevista para a
Índia era de US$29,59, mas acabamos com uma média de US$52,44.
Nossos gastos dia a dia
(entre os dias 03 e 10, estão as contas de Rishkesh,
com a "doação" dos 7 dias feita no dia 03)
Caso
tivéssemos considerado os mesmos US$41,00/dia para os dias em Rishkesh, os
nossos gastos teriam ultrapassado as previsões em 27,91% e nossas contas já
estariam “bem menos pior” certo? Aparentemente nossas previsões eram ousadas
demais, certo? Não responda ainda, pois ainda existem mais dois pontos
importantes e que impactaram muito as nossas contas.
Durante
nossa passagem pela Índia, pagamos por 4 passagens aéreas futuras (2 passagens
para cada um de nós) a saber: Um trecho de Kathmandu no Nepal para Delhi na
Índia, e outro trecho entre Cingapura e Jakarta, na Indonésia. Esses dois
trechos nos custaram respectivamente US$189,36, e US$150,99, num total de
US$340,35. O primeiro trecho foi comprado por razões de segurança,
simplesmente. Nosso próximo voo da viagem de volta ao mundo, já adquirida junto
à aliança One World, sai de Delhi em direção a Kuala Lumpur, portanto depois do
Nepal ainda temos de voltar a Delhi, e pretendíamos faze-lo por terra pois
sairia mais em conta, mas depois de percorrer a Índia, vimos que os meios de
transporte podem ser ainda menos confiáveis do que esperávamos (falamos aqui em
termos de risco à vida no caso de ônibus ou vans, e de cumprimento de horários
para os casos dos trens), o que nos fez decidir gastar parte das nossas
economias feitas anteriormente nas passagens de avião, pois era para isso que
havíamos economizado na Austrália e no Japão. Já o segundo trecho, foi a forma
que escolhemos para ir de Cingapura para a Índonésia, e é um custo inevitável,
e que diz respeito a trechos de viagem futuros, mas que por este ser apenas um
controle de fluxo de caixa, acabou por incidir junto aos dia em que estávamos
na Índia.
A alta representatividade dos transportes,
refletem as compras das passagens aéreas
Assim,
caso subtraíssemos os gastos com as passagens aéreas das contas da Índia,
chegaríamos a um total de US$656,10 (ou US$34,53 por dia), já mais próximos de
nossa previsão inicial mas ainda com gastos 16,74% superiores a estes. No
entanto, se comparado a uma previsão mais conservadora de US$41,00 por dia
mesmo para os dias no ashram em Rishkesh, o que já é um orçamento pra lá de
baixo mesmo entre os mochileiros, estaríamos falando de uma economia da ordem
de 15,78%!!!!
Nessas
horas, nos lembramos muito do que já vimos no nosso meio profissional (e
aparentemente, agora político também). Quando as contas não batem com o
previsto, ou se tornam piores, muitos acabam mexendo no planejamento para que
as contas não fiquem parecendo tão ruins, deixando estas mais fáceis de serem
justificadas. Não faremos isto, que em nossa opinião é uma das piores práticas
adotadas em nosso mercado no Brasil. Em vez disso, manteremos fixa a nossa
linha base de gastos planejada e manteremos registradas as justificativas para
o desempenho alcançado. Simples assim (alguns dirão: “simples por que no seu
caso você é o seu próprio cliente” mas essa é a forma correta de se controlar
suas contas, gostemos ou não).
Veja como ficariam mais bonitos os mesmos gráficos, utilizado a prática comum no mercado da construção civil, e também no planalto central, desconsiderando as passagens aéreas e considerando um gasto de US$41,00/ dia em Rishkesh:
Nossos gastos acumulada estariam paralelos ao planejado
Gastos diários sem os picos representados pela compras das passagens aéreas,
e a linha do planejamento uniforme em US$41,00/ dia
Nossa margem estaria praticamente estabilizada, com levem ganho de 0,13%
Os gastos com hospedagem e alimentação seriam mais representativos que o transporte
Vale
ainda apontarmos outro item menos impactante, mas que gostaríamos de ressaltar.
Diz respeito às práticas de Couchsurfing na Índia. Nós já não considerávamos
esta uma opção de hospedagem para a Índia, mas ao fazermos algumas tentativas
para ver o que aconteceria, nos deparamos com uma situação diferente do que
temos tido no restante do mundo. Todos os usuários de Couchsurfing da Índia,
dos quais recebemos convites, tinham “entre-linhas”. Todos, sem exceção,
apresentavam-se como interessados em conhecer pessoas de outros países e
partilhar experiências e que nos levariam a certos pontos turísticos, e
parques, etc. Até aí, nada demais. É o que se espera de um couchsurfer. No
entanto, quando se falava sobre hospedagem, o assunto mudava. Ninguém poderia
nos receber em casa, mas poderíamos ficar num hotel, próximo que em geral dizem
ser de um familiar (coisa da qual duvido muito), e você teria que pagar por
isso. Enfim... É GOLPE. Não caia nessa. Escolha o seu hotel, e faça por sua
conta. O que acontece é que esse pessoal vai te levar em lugares que lhes
pagarão uma porcentagem daquilo que você consumir, e o hotel entra no pacote
sem você saber. Faça as coisas por sua conta. Não conte com a ajuda de
terceiros. Infelizmente. O Couchsurfing assim como outros instrumentos de
interação social (como uma conversa no bar, por exemplo) estão completamente
deturpados na Índia, e tudo tem um só fim: levar um pouco do seu suado
dinheirinho sem que você se dê conta.
Ainda
se tratando de dinheiro, devemos destacar a questão dos tuk tuks. Isto
mereceria um post exclusivo, mas para economizar vai neste mesmo. Na Índia,
você perceberá que qualquer frase é sempre precedida pelas perguntas: “Tuk tuk?
Very cheap! Where do you wanna go?!” Todas na sequencia, em sem pausa para
respiração. A oferta de tuk tuks na Índia é imensa, e isso é nítido nas ruas.
Os motoristas se acotovelam em cada espaço público a procura de uma corrida.
Portanto, se podemos dar uma dica, é que faça esse excesso de oferta trabalhar
para você. Na Índia nada tem preço certo, e tudo depende de negociação. E os
tuk tuks são aparentemente o mercado mais concorrido da Índia. Negocie,
barganhe até o motorista ficar completamente contrariado, e se dizer insultado
pelo preço que você oferece. Quando ele estiver quase concordando, vire as
costas e pergunte a outro motorista, se pode lhe levar pelo preço que você
estava negociando. É cansativo, mas divertido, e às vezes os motoristas saem na
mão disputando a sua corrida. Enfim... As coisas na Índia são assim. Uma
relação de preço que encontramos para balizar nossas negociações era de 10
rúpias por km. Já é um bom preço, se conseguíamos menos que isso, melhor para
nós...
Um comentário:
Vi que o casal está antenado com a política no Brasil, bom que dá menos saudade rsrsrs
Agora vão lavar uns pratos aí pra repor o extra hein!!!!
abs
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