4 de setembro de 2014

01 de Setembro de 2014 (by Manu)

Hoje é o dia que marca o inicio de um sonho para nós. Sonho este, que a cerca de um ano, não imaginávamos sequer possível. Muito me tem sido perguntado sobre se estou ansioso, nervoso, ou o que. E sinceramente, não tive um segundo sequer, neste último ano, para refletir sobre como me sinto. Talvez seja esta mais uma razão para seguir nesta empreitada. Em meio a tantos compromissos e pressões profissionais e pessoais, não tenho tido muito tempo para mim nos últimos anos. Entrei no ritmo do que costumo chamar de “ter que”. Acho que todos nós devemos dizer e ouvir incontáveis vezes ao dia, que temos que fazer tal coisa..., ou, ... não esqueça... Você tem que fazer tal coisa tal dia e tal hora... Acho que nada no mundo tem me irritado mais do que ouvir e dizer isso para compromissos que nem sei como apareceram na minha agenda. Certamente não escolhi nem estive de acordo com aproximadamente 80% dos “ter que” que ouvi e que disse nos último anos.

Hoje, depois de 1 mês do meu último dia de trabalho, sinto que raramente estive tão cansado por “ter que fazer” tudo o que tive que fazer neste último mês. No entanto, desta vez, depois de muito tempo, sinto que a grande maioria foi em função da minha escolha, e das minhas decisões. E este sentimento trás com ele uma sensação de realização que a muito tempo não me fazia presente.
Acredito então, que eu possa finalmente, me aproximar de dizer como me sinto no inicio desta nossa jornada. Acho que tentarei definir como um misto entre medo, ansiedade, e realização pessoal.
Estamos prestes a iniciar a execução do nosso segundo grande plano como casal (o primeiro foi casar-nos, plano este em que podemos dizer que estamos sendo muito bem sucedidos, e que estamos cuidando com muito carinho para ter certeza de que continue assim). Temos outros grandes planos mais adiante, mas por enquanto estamos focados em nossa viagem.

Sair pelo mundo como faremos gera medo. Medo sim: “E se não der certo?” “E se acontecer alguma coisa?” “E o Ebola na África?” “E a crise na Ucrânia?” “E a guerra entre Israel e o Hamas?”. Essas perguntas estão sempre lá no fundo dos nossos pensamentos, mas ganham impulso quando nos são perguntadas. Fato é que tomamos todas a precauções necessárias e nos preparamos o melhor possível (sinceramente, fizemos tudo o que estava a nosso alcance). Não estaremos em nenhuma zona de guerra ou conflito imediatamente, e obviamente monitoraremos os correntes. Caso estes conflitos se mantenham quando do período que pretendemos por lá passar, é óbvio que os evitaremos. Já com a ajuda do pessoal do Medicina do Viajante do Instituto Emilio Ribas, acompanharemos o alastramento de eventuais epidemias pelo mundo.

A realização de um plano de tamanha magnitude certamente gera ansiedade. Pudera. É um sonho de vida comum a nós dois, e que não acreditávamos ser possível, mas que agora se inicia. A vida, até onde cientificamente se pode comprovar, é uma só e entendemos não que convém desperdiça-la. Poucos são aqueles que podem dizer, no fim dos seus dias, que realizaram os seus sonhos, e que viveram uma vida plena pois estiveram por toda a vida focados no trabalho, no acumulo incessante de bens materiais e nos tais “ter que” (recomendamos fortemente, que leiam neste link, o trabalho sobre pacientes terminais realizada por uma enfermeira especializada). Estamos em busca das nossas realizações pessoais. Claro que reconhecemos também, que este sonho só foi possível em função de uma conjunção de fatores:

1. Temos vontade de realiza-lo, e esse é fácil; 
2. Podemos realiza-lo;
3. Temos condições físicas para realiza-lo. 
4. Temos condições financeiras para realiza-lo (mais uma vez: não... não estamos nem perto de ser milionários. Veja no post sobre o planejamento da viagem, e as formas de economizar. Uma nova abordagem quanto às formas de consumo correntes em nossa sociedade também ajuda muito neste ponto).

Entendemos que realizar nossos sonhos deve ser parte das nossas vidas, na mesma medida que o trabalho (sem este a vida também não pode ser plena, na medida em que é apenas através dele que os sonhos e demais objetivos se tornam financeiramente viáveis), ser parte de uma família (percebam que não dissemos “ter filhos”. Ser parte de uma família é ligeiramente diferente). Estes, acreditamos, estes são os pilares de uma vida plena: sonhos, trabalho e família (parece muito com os três pilares da sustentabilidade não?! A saber: Finanças, bem estar social e benefícios ambientais).

Apesar disso tudo, e talvez por isso mesmo, a parte difícil tenha sido nos despedir, ainda que temporariamente de nossas famílias (o irmão do Manu até resolver se casar na véspera só para poder nos prover uma festa de despedida à altura... Obrigado Leandro e Meyre), de nossos trabalhos, e de nossa casa.

Festa de despedida em que o irmão do Manu se casou!

Com a família no bota-fora do aeroporto


E que amanhã, bons ventos soprem sobre NY, onde faremos uma escala estratégica para fazer as últimas aquisições da viagem.

Partindo rumo à Sydney com uma passadinha por NY

2 comentários:

Luiz e Cristina disse...

Meus filhos!
A ansiedade da partida, o medo do imponderável, as dúvidas do que está por vir, tudo isso são reações normais de qualquer pessoa, mas o que os tornam diferentes é a coragem de enfrentar tudo p/ realizarem um plano de vida. Tenho dito às pessoas que perguntam sobre vocês que não estão indo p/ uma viagem turística, mas p/a realização de uma proposta de vida. Temos certeza que os ventos que os levam serão os mesmos que os trarão de volta. Sigam em frente e que Deus os abençoe...Luiz Antonio e Cristina.

Bruna Lemos disse...

Ai que delicia ler palavras tão inspiradoras e refrescantes para nos lembrar nós somo capazes de fazer muitas coisas. É mais do que sensacional conhecer vocês dois e poder fazer parte dessa aventura com vocês! Amamos muito vocês!