28 de julho de 2015

O Cairo

Como já dissemos muitas vezes, o couchsurfing pode fazer com que a sua experiência no lugar seja muito mais proveitosa. Foi o que nos aconteceu no Cairo, nós ficamos hospedados na casa do Samer e da Jack, num bairro super tranquilo, arborizado e com fácil acesso ao centro da cidade. Nós até vimos um pouco do Cairo caótico, mas para nós o Cairo foi bem mais tranquilo.
Logo que chegamos já percebemos a diferença: árvores, cafés, casas, nenhum carro buzinando, uma atmosfera bem gostosa. Nós chegamos meio destruídos da viagem, mas só de ficar num lugar assim já começamos a repor nossas energias. Ficamos em casa o dia todo, descansando. Almoçamos uma deliciosa comida egípcia, feita por nossos anfitriões e no final do dia saímos com eles para um "Hash House", que é um encontro de pessoas que bebem, mas que têm problemas com corrida/ caminhada (drinking people with a running/ walking problem). Andamos alguns quarteirões, no bairro que está na ilha do Cairo, paramos na casa de um dos participantes para nos conhecermos melhor, andamos mais um pouquinho, depois paramos num restaurante para jantar. Foi super legal, conhecemos pessoas de vários lugares do mundo e que vieram morar no Egito. Além disso, o restaurante ficava no topo de um prédio com uma vista muito legal para o rio Nilo.
No dia seguinte, fomos para a principal atração do Cairo e do Egito: as pirâmides. O Samer nos deu várias dicas para evitarmos as pegadinhas com os turistas. É possível ir de metrô até uma estação bem próxima (estação Giza), de lá o melhor é pegar um taxi (que vai custar entre 10 LE e 20 LE, mais ou menos entre USD 1,50 e USD 3,00, em julho de 2015). Peça para o motorista te levar até a bilheteria (a maioria dos táxis e ônibus deixam na entrada, e você tem que andar até a bilheteria, que não é longe mas é cheia de “passeios de camelo”, “charretes”, “cavalos” e outras coisitas mais que irão levar seu dinheirinho, além da encheção de saco). O bilhete dá direito a visitar todas as pirâmides, mais a esfinge, mas para entrar nas pirâmides você tem que pagar um ticket extra (que é bem mais caro). Se quiser entrar em uma pirâmide de graça, em frente a grande pirâmide de Quéops, existem 3 pequenas que são as pirâmides das rainhas e uma delas é aberta a visitação, você não precisa pagar nem um extra e é mais ou menos a mesma coisa. As pirâmides não têm nada internamente, e para quem tem claustrofobia é o pior lugar, melhor visitar por fora mesmo!
Você já sabe o que vai encontrar quando visita as pirâmides, mas nem por isso elas deixam de ser incríveis! É impressionante, de cair o queixo, de olhar e olhar de novo pra ver se é verdade mesmo. O Manu já tinha visitado, mas para Dri foi a primeira vez e o coração bateu mais forte! Não teve como controlar a emoção. Sabe quando você sonha em conhecer um lugar e de repente você está lá? Passeamos um bom tempo por aqui, fomos até a área que se tem uma visão panorâmica das 3 e deixamos a esfinge por último. A esfinge é muito legal, incrível, mas ela é bem menor do que se imagina. Ela é enorme, mas perto das pirâmides e pela ideia que temos pelas fotos, a esfinge é menorzinha! Mas nem por isso é menos especial!
Na volta, pegamos uma van até o metrô (bem mais barata que o táxi) e seguimos para um bairro próximo ao nosso. A visita não foi muito bem sucedida, depois que saímos do metrô e nos direcionamos para o bairro fomos parados por policiais que nos informaram que não era uma área muito segura para turistas. Ok, não vamos arriscar. Visitamos umas igrejas próximas da estação e voltamos para casa. Nossa noite foi bem gostosa, matamos a saudade de assistir um filminho comendo pizza (mais um ponto para o couchsurfing)!
Nosso último dia no Cairo visitamos o Museu do Cairo e o bairro islâmico. O museu como museu é péssimo. Falta infraestrutura, falta climatização a museografia é praticamente inexistente, as informações são muito pobres. Dá impressão de que é um grande depósito. Mas é um depósito em que está um dos maiores patrimônios da humanidade. O conteúdo do museu é incrível, riquíssimo, dá pra ficar o dia inteiro ali. São mais de 7.000 anos de história! Aqui estão os tesouros encontrados na tumba de Tutankamon. Só a ala do Tutankamon já ocupa uma boa parte do seu tempo. Nós fizemos um roteiro no museu sugerido pelo Lonely Planet e ficamos satisfeitos. Como dissemos, dá pra passar o dia inteiro, mas tem um momento que começa a ficar cansativo, entre 2 e 3 horas é um bom tempo de visitação.
Saímos do museu e fomos em direção bairro islâmico. Foi uma caminhada bem interessante. Somos suspeitos porque adoramos explorar as cidades à pé, e aqui não podia ser diferente. O bairro islâmico é a parte mais antiga da cidade, uma murada e cheia de ruazinhas, mesquitas e claro, lojinhas! Infelizmente as lojinhas estavam fechadas, mas por outro lado foi bom porque assim estava mais tranquilo e pudemos observar melhor o bairro, sem o assédio dos vendedores.

Gostamos do Cairo. A cidade é caótica, é confusa, mas nós aproveitamos bem e tivemos nossos momentos de tranquilidade. A cidade tem muita história e uma mistura interessante. É uma cidade vibrante, que funciona 24 horas por dia, 7 dias por semana!

Nosso jantar com os "hashers"

Vista do Cairo

Ah, Quéops!



Só para se ter uma ideia do tamanhos dos blocos de pedras
que compõe as pirâmides. Como vocês podem notar são
quase do mesmo tamanho de uma pessoa!


"Camel ride, sir? You know how much?"

Vista panorâmica. Uma ilusão: a pirâmide do meio (de Quéfren) 
parece ser a maior, mas na verdade não é. É que ela
está localizada numa área mais alta, por isso tem esse efeito.

Aha! O kiwi não perderia as pirâmides por nada!


"Atravessamos o deserto do Saara, o sol estava quente
e queimou a nossa cara"

Bitoquinha na Esfinge, é brega mas é a foto básica, hahaha!

A esfinge e seus mistérios

Na foto ela não parece pequena...


Igreja de São Jorge

Museu do Cairo

Pelas ruas do Cairo

Padaria


A entrada da cidade murada, o bairro
islâmico

Minaretes e muxarabis

Interior de uma das mesquitas

As poucas lojas que estavam abertas




Tudo é uma questão de estilo!



26 de julho de 2015

O Alto Egito

De Dahab pegamos um ônibus em direção a Luxor, do outro lado do Mar Vermelho. Fizemos toda a costa da Península do Sinai e atravessamos o Canal se Suez. Descemos pelo outro lado e algumas horinhas depois (tipo umas 17 horas) chegamos a Luxor. Até que a viagem foi bem tranquila, considerando os fatores ônibus local + muitas horas de viagem, deu até pra dormir!
Luxor é cheia de atrações, mas cheia mesmo. Você pode tranquilamente passar um mês por aqui só visitando templos, tumbas e museus. Claro que o trio Templo de Luxor, Templo de Karnak e Lado Oeste do Nilo (com os Vales das tumbas, e o Templo de Hatshepsut) é o mais visitado e o básico da visita, mas ainda tem muito o que explorar. Nós exploramos o básico mesmo (até porque se for em tudo além de tempo você precisa de dinheiro). Outra dica para essa época do ano é chegar bem cedinho aos templos (tipo 6:00 h da manhã) ou no final do dia (no caso do Templo de Karnak o melhor é chegar cedinho mesmo). A partir das 10:00 h da manhã começa a ficar impraticável (principalmente no verão, as temperaturas ultrapassam os 40 graus facilmente) e tudo o que você vai querer é sombra e ar condicionado.
Nós chegamos de manhã, fizemos o check in no nosso hotel e fomos dormir (no ar condicionado, por favor). Saímos no final da tarde para visitar o Templo de Luxor e foi uma ótima escolha. O melhor horário para entrar no templo é por volta das 17:30 h, quando o sol começa a baixar (mas não se iluda, porque ainda vai estar quente), você tem tempo para explorar com calma ainda com a luz do sol e aproveitar para ver o templo iluminado depois do pôr do sol. O templo fica lindo, lindo e a iluminação artificial evidencia outros detalhes, é legal ver a diferença entre a luz do sol e a luz artificial.
No outro dia levantamos bem cedinho para visitar o Templo de Karnak. Nós alugamos umas bicicletas e chegamos lá por volta das 6:40 h da manhã. Além de estar um pouco menos quente, visitamos praticamente sozinhos. Depois que já estávamos a um bom tempo é que começaram aparecer pessoas. O horário de pico no templo e às 10:00 h, quando chegam vários ônibus de turistas. Além do calor, você ainda vai dividir o templo com muita gente, vale a pena chegar mais cedo e ter quase que exclusividade (e menos calor)! Alugar bicicletas para ir até o templo é uma boa opção, o passeio pela orla do Nilo é bem agradável e acaba saindo mais barato que um taxi. Existem ônibus (na verdade são vans) públicos que vão até lá, mas ainda assim você tem que andar bastante lá dentro e com as bikes você vai até a entrada do templo mesmo!
O lado leste do Nilo (onde estão os templos) é mais fácil visitar por conta. Dá pra fazer à pé, ou de bicicleta, ou táxi, enfim depende da vontade e do bolso. Já o lado oeste, onde estão as tumbas e o Templo de Hatshepsut, é um pouco mais difícil. As atrações ficam bem longe umas das outras e você tem que pagar por algum transporte. No nosso hotel até nos ofereceram alguns tours, um que sairia a 385 LE por pessoa (mais ou menos, 50 USD, em julho de 2015), um outro que sairia 90 LE por pessoa (mais ou menos, 12 USD) , e no final nós fechamos um táxi por 80 LE os dois, bem mais em conta. Não tínhamos um guia, mas o taxi ficou por nossa conta e pudemos escolher quais atrações queríamos ver. Nós visitamos o Templo de Hatshepsut, muito interessante. O templo está em processo de reconstrução e restauro e ainda tem muito trabalho pela frente. De lá fomos até o Vale das Rainhas e visitamos as 3 tumbas que são abertas ao público. As pinturas no interior das tumbas são incríveis e estão em ótimo estado de conservação. E para encerrar nosso passeio pelo lado leste, visitamos o Vale dos Nobres. As tumbas são muito bonitas e bem mais baratas e menos visitadas que as do Vale dos Reis.
No outro dia seguimos de trem para Aswan. Não conseguimos comprar com antecedência, mas você pode comprar o ticket dentro do trem, só que é cobrada uma taxa de 6 LE (menos de 1 USD), mas não tínhamos o que fazer porque na bilheteria não nos venderam os tickets. A viagem até Aswan durou 3 horas, e dentro do trem umas meninas se encantaram com a Dri. Muito engraçado, elas olhavam como se fosse uma artista ou a pessoa mais bonita que elas já viram. Ficaram oferecendo as bijuterias delas de presente, e tentaram um diálogo com um mix de árabe e inglês. Nós viemos para Aswan somente para visitar Abu Simbel, que fica a 280 km ao sul da cidade. A cidade até é bem estruturada, mas além de ser mais cara de Luxor sentimos muito mais as pegadinhas com os turistas. Não existem muitas opções de transporte público até Abu Simbel e você acaba ficando na mão as agências de turismo ou dos pacotes vendidos pelos hotéis. Os ônibus e vans saem juntos, num comboio, por volta das 4:00 h da manhã, chegam em Abu Simbel por volta das 7:00 h e voltas às 9:30 h. O tempo é suficiente para visitar os dois templos, até mesmo porque o calor é infernal e não dá pra ficar até mais tarde. Os templos são muito bonitos, e é impressionante pensar que eles tiveram que mudar os templos de lugar na época da construção da usina de Aswan. É uma visita bem legal, mas que acaba saindo cara, justamente porque não tem como fugir do esquemão turístico. E além de tudo eles ainda pedem gorjeta por tudo, ou seja você paga o transporte que já não é barato e o motorista ainda quer gorjeta, um pouco demais, mas é assim que funciona (nós preferimos a cara feia do motorista mas não pagamos gorjeta).
E no final do dia seguimos para o Cairo, nossa última parada no Egito. Depois de tantos templos é hora de conhecer as pirâmides!

A rua das esfinges que liga os templos de Luxor e Karnak.
A medida que vão encontrando as esfinges eles completam a
rua, mas ainda não dá de ir de um para o outro

Templo de Luxor


Foto básica no Egito!
Se misturando com a população local





Crianças na Mesquita que existe dentro do templo de Luxor

A Dri estava tirando umas fotos e esses meninos começaram
a fazer pose para aparecer!

Com as luzes acesas

Templo de Karnak, 6h40 da matina!




Sabe esses lugares em que você se sente
pequeno?

Um pouco da pintura que ainda sobreviveu




Entendendo o conceito de "obra faraônica"

Vale dos reis

Ruas da cidade de Luxor hoje

A caminho de Hatshepsut

Pose de faraó



"Hey, sir, you look like egyptian!"

Vale das rainhas. Não pode tirar fotos dentro das tumbas

"Sério que vamos ter que subir até lá nesse calor?" Vale dos
Nobres
 
Provando uma carne de camelo, até que é gostosa

Templos de Abu Simbel


Templo construído pelo faraó Ramses

Templo para esposa predileta de Ramses, Nefertari