17 de julho de 2015

Jerusalém

A travessia entre a Jordânia e Israel foi bem cansativa. Para se ter uma ideia, demoramos 5 horas para andar, mais ou menos, 120 km. A nossa travessia teve um agravante: coincidir o Sabbath com o Ramadã. Do lado da Jordânia foi até tranquilo, tirando o fato de que tem que se pagar para sair do país (10 JD por pessoa, em Julho de 2015) mais o ônibus para cruzar a fronteira, que diga-se de passagem, foram os km mais caros do mundo, 8,50 JD por pessoa para andar 2 km. Depois de deixar uma boa "dinheirinha" na fronteira da Jordânia chegamos às intermináveis filas do lado de Israel. Sério, nós passamos por 5 filas até entrarmos no país. Mas enfim entramos no país e seguimos para Jerusalém.
Apesar de toda fila e demora na imigração, as boas vindas que recebemos foram inesquecíveis. Estávamos procurando nosso hostel, com as mochilas nas costas, num calor do meio dia, quando uma boa alma apareceu para nos ajudar. A gente já tinha andado um tempão e nada de encontrar o lugar onde iríamos nos hospedar. Eis que surge a Allia, que não só fez questão de nos ajudar como nos colocou no carro dela, ficou rodando com a gente, ligou para o dono do nosso hostel e só nos deixou quando viu que o dono viria nos buscar. Sim, ainda temos fé na humanidade! Depois que nos instalamos, resolvemos que iríamos aderir ao Sabbath e ficar em casa descansando.
Começamos nossas andanças por Jerusalém fazendo um free walking tour pela cidade antiga. Foi ótimo, passamos pelos 4 bairros: armênio, judeu, muçulmano e cristão, e entendemos um pouco melhor a história por trás de cada bairro. Terminado o tour, resolvemos explorar por nossa conta própria, fomos ao Muro da Lamentações, fizemos o caminho do calvário pela Via Dolorosa, visitamos a Igreja do Santo Sepulcro, a sala da Santa Ceia e o túmulo do rei David. A cidade antiga é demais, uma mistura de crenças, bazares, pessoas, cheiros, barulhos. Ela é intensa! Cheia de histórias, sagrada para muitos, invadida por outros tantos, não tem como não se encantar com Jerusalém!
No dia seguinte, fomos ao Monte das Oliveiras. Resolvemos fazer o caminho à pé para conhecer melhor a região. Visitamos os jardins de Gethsemane, onde Jesus foi preso (as oliveiras deste jardins são milenares), também a Igreja das Nações e a igreja onde está o túmulo de Maria.
De lá seguimos para o outro lado da cidade para visitar o Memorial do Holocausto, também conhecido como Yad Vashem. Recomendamos a visita! O projeto do museu é sensacional, a entrada é gratuita, e os relatos são de emocionar. Saindo de lá, passamos no nosso hostel para pegar nossas malas e fomos para nosso novo endereço onde fizemos um couchsurfing. Ficamos hospedados numa área muito bacana, próxima ao mercado Mahane Yehuda, não podia ser um bairro melhor para dois amantes de mercados! Além disso, o casal que nos hospedou é muito fofo. A Shachar e o Raz são dois queridos e ficar hospedados na casa deles foi uma experiência bem legal. 
No outro dia fomos até Belém para ver a Igreja da Natividade, e pra falar a verdade Belém não tem muito mais que isso não, uma visita rápida já está de bom tamanho. Fomos de transporte público mesmo, super fácil e rápido. É interessante, e triste ao mesmo tempo, porque Belém pertence aos Territórios Palestinos e indo até lá você vê como os palestinos são segregados. O muro que foi construído ao redor das áreas que se encontram sob responsabilidade das autoridades palestinas, lembra muito o muro de Berlim, e os palestinos que cruzam para Israel precisam passar por uma revista e ter uma autorização especial. É triste ver que um povo que lutou tanto para se integrar em várias sociedades e que sofreu tanto por ser segregado, hoje segrega outros povos. É uma situação bem complexa e sabe-se lá se um dia irá se resolver (torcemos para que este dia chegue logo). Aproveitamos que a viagem até Belém foi rápida para explorar um pouco mais o bairro e o mercado, além de aproveitar para comprar os ingredientes para o jantar que fizemos para nossos anfitriões.
Jerusalém é uma cidade incrível (não sei quantas vezes já comentei isso). Independente da sua crença, ou até se você não tiver uma crença, essa cidade vai mexer com você. Existe uma energia diferente que paira por aqui. Uma áurea vibrante, mutante, cosmopolita e ao mesmo tempo ultra tradicional. Uma mistura de tudo e de todos.

A Torre de David

Pelas ruas do bairro Armênio

Nos telhados de Jerusalém

O muro e a cúpula dourada

Kiwi e o muro


O bairro mulçumano e as luzes do Ramadã

O bairro judaico

"Lujinhas"!



A Via Dolorosa

Igreja do Santo Sepulcro

Igreja do Santo Sepulcro

Muro das lamentações

A sala da Última Ceia


Jardins de Gethsemane e as oliveiras milenares

Igreja das Nações

Túmulo de Maria

Memorial do Holocausto

Memorial do Holocausto (ou Yad Vashem, pra os íntimos)


Mercado Mahane Yehuda

Adoramos mercados!

Festa no apê dos nossos queridos anfitriões

Belém

Dentro da Igreja da Natividade

Pelas ruas de Belém

O muro que separa Israel e Palestina, tomara que este muro
caia assim como o de Berlim!

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