26 de agosto de 2015

A Geórgia





Sim, é isso mesmo que você leu: Geórgia! Mais um país (não, não fomos para Atlanta/ Geórgia) que não estava nos nossos planos, mas estava em nosso destino. No ano passado, recebemos um casal russo-ucraniano que nos falou muito bem da Geórgia e desde então ficamos com a curiosidade de conhecer esse país. Mas já estávamos com nossos planos de viagem e a Geórgia não se encaixaria neles. Depois, quando fomos para Moscou o casal que nos hospedou também falou muito bem daqui. E quando estávamos em Israel conhecemos um australiano que esteve por aqui, adorou e nos disse que era muito fácil ir para a Geórgia saindo da Turquia. Fizemos nossas contas, ajeitamos umas datas e decidimos que sim, a Geórgia entraria nos nossos planos. Até então, tudo que sabíamos da Geórgia é que o povo era muito hospitaleiro, o país era barato para viajar e que produzia bons vinhos (e baratos também). Pronto, já estávamos mais do que convencidos.
Nós pegamos um ônibus em Göreme e seguimos para Batumi, "A" praia georgiana! Acho que foi a imigração mais suada por que passamos. Não foi difícil, pelo contrário, o problema é que ficamos do lado da Turquia, num calor infernal, debaixo do sol do meio dia, amontoados no que seriam as filas de saída do país. Some a isso as mochilas nas costas e suor escorrendo por todo o corpo. Depois de perder alguns litros de água, chegamos à Geórgia!
Batumi é a riviera da Geórgia, muito frequentada também pelos russos, pessoal do Azerbaijão (que não sei o que é quem nasce no Azerbaijão), armênios e ucranianos. A cidade é bem turística e super organizada. Existe um parque na orla, muito legal, onde acontecem vários eventos durante a noite (noites de verão, né?). A praia em si não é de encher os olhos, para nós brasileiros (nosso nível de praia bonita é outro, bem mais alto). É bem diferente do que estamos acostumados, praia com pedras ao invés de areia e mar sem onda (um piscinão mesmo!). Mas pra esse pessoal que tem 6 meses de inverno, a praia é o que há! Mesmo assim, aproveitamos para dar um pulinho (como diz lá em Minas: tem que salgar, né?) e passamos o dia bem tranquilos. Ficamos apenas uma noite em Batumi, e na noite seguinte seguimos para a capital: Tbilisi.
Tbilisi não foi uma cidade de amor à primeira vista. No começo até achamos que não tinha muito o que fazer por aqui, mas à medida que fomos conhecendo melhor, a cidade se mostrou muito interessante. Mais uma vez, as pessoas fizeram a diferença. Pra começar, a dona da nossa Guest House, que é uma simpatia. E depois tínhamos o contato de um georgiano (amigo do amigo do conhecido). O Ziko (sim, em homenagem ao Zico do futebol) nos fez gostar ainda mais da cidade e do país. Conhecemos toda a receptividade dos georgianos. Ele nos mostrou a cidade, explicou sobre a história, a situação atual do país e o quanto uma visita é importante para os georgianos. Para eles um visitante é como se fosse um presente divino, e eles fazem questão de que sua estadia seja incrível, querem pagar tudo pra você, tem horas que é até constrangedor! Tbilisi é uma cidade bem interessante, muito antiga, tomada por diversos invasores e com influências de diversas culturas. Passou por um período de crise após o fim da união soviética e hoje se reergue com tudo o que tem direito. Ainda se vê muitos mendigos na rua, mas a cidade é bem segura. E mesmo com o sobe e desce das colinas que formam a cidade, é uma cidade gostosa para se caminhar, só tome muito cuidado com os carros porque os motoristas não param para pedestres, eles praticamente jogam o carro em cima de você. Outra curiosidade do trânsito da Geórgia é que mesmo dirigindo como nós no Brasil, aqui você encontra carro com o volante no lado esquerdo (até aqui tudo normal) e no lado direito. Pelo que ficamos sabendo, os carros com o volante no lado direito (o lado errado) são mais baratos, pode uma coisa dessas? Ah, e Mercedes é o carro popular, todo mundo tem uma!  Tbilisi também é famosa pelos banhos sulfurosos, e nós testamos. É bem fedido, mas no final você se sente super relaxado, além de ser ótimo pra saúde (é o que dizem por aí).
De Tbilisi pegamos a Estrada Militar Georgiana e seguimos em direção ao norte do país, bem pertinho da fronteira com a Rússia. Nos hospedamos em Kazbegi, uma vila deliciosa nas montanhas. Na verdade a vila tem outro nome, mas que é impronunciável (aliás, georgiano é uma língua muito difícil, mais que chinês!) e todo mundo conhece por Kazbegi mesmo. Escolhemos essa vila por ser uma de mais fácil acesso desde Tbilisi, existem várias vans que fazem o percurso entre as duas cidades. A rodoviária de Tbilisi é meio confusa, mas é só chegar e procurar uma van para a cidade que você quer ir. Em geral elas saem com bastante freqüência, para os destinos mais procurados, e saem quando estão cheias. A vila de Kazbegi é uma referência para os amantes do montanhismo, e também é o ponto de partida para quem quer escalar o monte Kazbegi, um dos mais altos da Geórgia. Nós fizemos várias trilhas ao redor da cidade, mas não subimos o monte (fica para uma outra oportunidade!). Mas subimos muito! Fomos até a Igreja da Santíssima Trindade, que fica no alto de uma montanha. Também pegamos a trilha para o acampamento base do Kazbegi, mas fomos até metade do caminho, onde está um dos glaciais da região. Aproveitamos esses dias de contato com a natureza e descanso, sem contar que o friozinho das montanhas é perfeito para tomar um vinho georgiano e comer o prato típico daqui, o famoso khachapuri (põe aí no google images pra entender melhor). Foram dias deliciosos nas montanhas da Geórgia, e de fato não tem como não se apaixonar por esse país.
A volta para Tbilisi foi um tanto quanto emocionante! Pegamos uma van, num dia chuvoso, em que o motorista ia falando no celular e fumando, o detalhe é que a estrada é bem perigosa, cheia de curvas e penhascos. Isso sem contar as tantas vezes que ele resolvia fazer uma ultrapassagem na curva e falando no celular. Foram 3 horinhas tensas, mas chegamos bem (vivos, pelo menos!).
Assim como acontece com todos que conhecem a Geórgia, nós também nos encantamos por este país. Um país que se orgulha de seus vinhos e onde as pessoas levam comida muito a sério só pode ser um bom lugar. Um país que até pouco tempo atrás estava em guerra, tinha índices altíssimos de corrupção e violência, e hoje se orgulha de ter extinguido a corrupção e de ser um dos países mais seguros do mundo. Isso tudo, sem contar as lindas paisagens, belos mosteiros e o povo super hospitaleiro! E claro, não podíamos esquecer de que o rugby é o esporte nacional (mais um "try" da Geórgia!)! A Geórgia ocupa um lugar especial no nosso coração e nos deixou um gostinho de quero mais.

O parque da orla de Batumi

Curtindo a praia até de noite!

O primeiro khachapuri a gente nunca
esquece!

Nada como um varal de roupas entre 
prédios. A roupa seca rapidinho!

E vamos curtir uma praia!

Tbilisi

Ópera, influência da arquitetura árabe

A cidade vai se reerguendo

O antigo e o novo

Com nosso amigo Ziko





Uma cachoeira no meio da cidade. Aqui
começou Tbilisi

Nos arredores de Tbilisi o mosteiro de Jvari

A cidadezinha de Mtskheta, a primeira capital da Geórgia

Ziko, thank you so much for the nice hospitality!



Kazbegi, a Igreja da Santíssima Trindade no alto do morro
e o monte Kazbegi atrás das nuvens (dá pra ver a pontinha
nevada!)

Começando a trilha, com a vila de Kazbegi ao fundo



Quase lá...



Valeu a subida!

Cante comigo: "I believe I can fly.."






Nós paramos para ver os animais e o cavalo veio fazer amizade!


Companheiro é companheiro! O kiwi também sobe morro,
e desce de bungee jump, ou rapel como bom neozelandês!

E vamos subir

Deixamos a igreja lá pra trás...



Olha o glacial, no meio da nuvem mas tá valendo!

Tira foto rápido porque a nuvem vai pegar a gente 
(aclimatação para a próxima viagem)

Um comentário:

Diego Dubard disse...

Muito massa ter feito um pouquinho de parte desta aventura e ver vários lugares conhecidos!!!! E vocês escolheram o Adjarian Khachapuri, o melhor na minha opinião!
Abraços e ótima viagem!