Vamos pra onde o vento nos levar!: Istanbul

Nosso primeiro contato com Istanbul foi um pouquinho confuso. Saímos do Cairo bem cedinho, paramos em Amman e por lá mofamos no aeroporto até o final da tarde, quando finalmente saiu nosso vôo e chegamos em Istanbul já de noite. Nosso anfitrião passou as instruções para chegarmos até a estação de metrô próxima da casa dele, e lá fomos nós enfrentar 50 baldeações de metrô e atravessar da Europa para Ásia (é legal ir de um continente pra outro de metrô!). Chegamos na estação e telefonamos para nosso anfitrião, que nos informou que em 15 minutos estaria por ali. Passaram-se 15, 20, 30, 40 e nada... Telefonamos novamente para ele, que respondeu que estava na estação, e nós também, mas nada... Sobe e desce escada, vai de um lugar pra outro, sai da estação porque não tem sinal dentro dela, e as horas passando... Resultado, estávamos em uma estação e nosso anfitrião em outra, mas o mix de inglês com turco não estava rolando e nessa hora os celulares costumam falhar. Resultado 1:00 am saímos em busca de um hotel para passar a noite. Por sorte, encontramos um pertinho da estação e ficamos por ali mesmo. Mal entendidos acontecem e nessas horas o melhor é procurar a solução mais prática, comer e dormir.

No dia seguinte, deixamos as malas no hotel, marcamos um novo horário para encontrarmos nosso anfitrião e fomos explorar a região, do lado asiático de Istanbul. Fomos até a beira mar e andamos pelo bairro, que é uma delícia. Na verdade, ficamos entre dois bairros: Kadiköy e Moda. Todos dois deliciosos, repletos de bares, restaurantes, lojinhas, feiras e ruas exclusivas para pedestres! Uma delícia! Como faz diferença para uma cidade ter ruas exclusivas de pedestres. No final do dia encontramos nosso anfitrião (agora sim!) e ainda curtimos um final de tarde à beira mar! Uma dica para quem vai ficar mais dias em Istanbul é comprar o cartão de transporte público (o Istanbulkart), ele pode ser utilizado no metrô, ônibus, tram, ferry e conforme você usa o preço da passagem fica mais barato (em Istanbul você paga por cada baldeação).

Claro que não podíamos deixar de "turistar" em Istanbul, afinal a cidade é cheia de lugares incríveis. Atravessamos o continente (já mencionamos que é muito lega ficar passando de um continente pro outro?), afinal os principais pontos turísticos estão do lado europeu e nós ficamos hospedados no lado asiático (ou Anatolia). Sultannahmet é onde estão situados os pontos mais conhecidos, como a Hagia Sophia, Mesquita Azul e a Cisterna da Basílica. E foi este nosso circuito, começamos pelo hipódromo, onde está um obelisco vindo de Karnak (engraçado que estávamos lá há poucos dias). Seguimos para a Mesquita Azul, que é magnífica! Não se assuste com a fila, que apesar de grande, a fila anda! Claro que tem uns carinhas que te oferecem para "furar"a fila, não caia nessa, além de ser desrespeitoso com quem está esperando, a fila dura mais ou menos uns 15 minutos. É importante estar adequadamente vestido, nada de shorts, blusas de alcinha, e as mulheres precisam cobrir a cabeça. Mas eles emprestam capas e lenços para quem está fora dos padrões, então não precisa comprar um lenço feio e caro na porta só para entrar! A entrada é gratuita, mas a visitação é proibida durante os horários das preces.

De lá seguimos para Hagia Sophia (que a Dri sonhava em conhecer desde as aulas de história da arquitetura). A Hagia Sophia tem uma história muito interessante: foi construída para ser uma basílica, durante o período otomano tornou-se uma mesquita e hoje é um museu. Com isso, você consegue identificar os símbolos de cada época, como mosaicos cristãos ao lado de versos em árabe. Nós até achamos a Mesquita Azul mais bonita, mas a Hagia Sophia é mais interessante, por assim dizer. Logo em frente à Hagia Sophia está a Cisterna da Basílica, que é impressionante! Foi construída por volta do século VI, durante o império bizantino. Possui 336 colunas, que foram trazidas de vários templos pagãos, principalmente do templo de Artemísia (que é uma das 7 maravilhas do mundo antigo, ou era, até que o desmancharam para usar suas colunas aqui). É realmente incrível! Encerramos nosso dia passeando pelo bairro, com pausas para cafés, limonatas (não troquei o "d" pelo "t", aqui é limonata mesmo!), e claro provando essa comida deliciosa!

No outro dia enfrentamos o grande desafio da Turquia: entrar no Grand Bazaar e não comprar nada! Fomos lá para conhecer e milagrosamente (na verdade, estamos ficando muito bons nisso, ou temos cara de mochileiros sem grana, hahaha) conseguimos driblar os vendedores e saímos ilesos! O Grand Bazaar é muito legal, vale se deixar perder por ali, se encantar com as cores e com a variedade de produtos. É gostoso andar pelas ruazinhas, ver a movimentação local, as bandejas de chá passando de um lado pro outro. Ainda voltaremos para fazer umas comprinhas, mas dessa vez vencemos o desafio e só olhamos mesmo!

Do Grand Bazaar seguimos para o outro lado da cidade (ainda no lado europeu), fomos desbravar a Praça Taksim e região. Mais uma vez, Istanbul nos surpreende com ruas e mais ruas preferenciais para pedestres. Como essas ruas são agradáveis e vivas! O comércio também agradece, pessoas circulando por ruas onde carros não entram tendem a parar mais nas lojinhas, cafés, restaurantes. Andamos várias horas por ali, numa região super badalada e deliciosa para caminhar.

No nosso penúltimo dia pela cidade fomos com um de nossos anfitriões até uma das Princess Islands. Pegamos o ferry em Bostanci e em 20 minutinhos estávamos na ilha. A ilha é deliciosa, super movimentada, cheia de restaurantes e cafés, e não existem carros na ilha. Nós alugamos bikes e fomos explorar a ilha. Fomos até um monastério, que fica no alto da ilha, com uma vista maravilhosa da cidade. A pedalada até lá foi difícil (morro acima), mas valeu a pena!

E pra fechar nossa passagem por Istanbul, compramos umas cervejinhas com nossos anfitriões e fomos até um parque à beira mar. Foi justamente na noite da lua azul, que estava maravilhosa! Um momento memorável!