22 de agosto de 2014

A República Dominicana na alegria e na tristeza

Saímos do Resort em direção ao nosso próximo destino. Escolhemos explorar a parte nordeste da ilha, península de Sámana. O Google Maps nos indicou uma estrada, mas resolvemos fazer um caminho alternativo. Resultado: havia um desvio no meio da estrada, no meio da estrada havia um desvio.  Só para terem uma ideia rodamos 80km em 2 horas! Alternando alguns trechinhos de estrada nova com vários trechos sem asfalto, no meio das aldeias e muitos, mas muitos buracos. Isso sem contar as lombadas (ou quebra-molas) que mais pareciam trincheiras, cada uma era um mini morro a ser escalado. Você deve estar aí pensando que fizemos tudo isso num carro 4x4, certo? Na verdade fizemos melhor: rodamos num carro alugado, um Picanto caindo aos pedaços! 

Melhor que 4x4, só carro alugado!

Agora sim a viagem estava com a nossa cara! Apesar dos buracos, e de muitas vezes acharmos que o carro ia ficar no meio do caminho, foi muito interessante e também muito bonito o caminho que fizemos. Acompanhamos desde o final do expediente numa plantação de arroz, até o início dos happy hours e posteriormente, as baladas propriamente ditas (os dominicanos são muito festivos e pelo jeito gostam da sexta-feira). Observamos as pessoas nas vilas mais remotas e nos sentimos meio E.T.s, porque as pessoas nos olhavam bastante, diria até com uma certa curiosidade. Notamos alguns costumes dos dominicanos, como por exemplo, sentar com as cadeiras na calçada, olhar o movimento da rua, jogar dominó, baralho, sinuca... Até então estava divertido, apesar da péssima qualidade das estradas, o caminho era bonito e foi legal ver o anoitecer nas vilas, o problema é que anoiteceu e nós estávamos no meio do nada, sem celular, sem GPS, sem asfalto, olhando os mapas salvos em PDF no computador. Nessa hora a gente reza pra que tudo dê certo e vai embora. Por sorte, resolvemos pedir informação numa das vilas e a indicação foi: pegue a estrada principal (como não havíamos pensado nisso antes, não é mesmo?!). OK! Nos livramos dos buracos e chegamos ao nosso destino, torcendo para que tudo desse certo porque descobrimos que o check-in na pousada que havíamos reservado era até às 22:00 e já era 1:30 da madruga. Por sorte José, o anjo protetor dos viajantes, e que faz bico de jardineiro na pousada, estava por lá e nos recebeu. Ficamos tão felizes que abraçamos o José e agradecemos muito (acho que ele pensou que a gente não batia muito bem da cabeça). Os bons ventos sopraram a nosso favor!
Conclusão: aceite a sugestão do Google! E se vai viajar de carro da Rep. Dominicana prepare-se para as estradas, e para os demais motoristas (mas o trânsito fica para um outro post).

Las cucarachas

Você chega no seu hotel/ pousada fora do horário do check-in e tem alguém pra te receber, opa estamos com sorte, certo?! Você olha para o lugar que é um charme, madeira, sapê, no meio de praias lindas, opa estamos com sorte! Você chega no quarto e é super simpático, opa estamos com sorte! Seu marido olha pro lado e fala: ops, uma barata, ixi outra, ai, mais uma! Cadê a sorte????  E aí? O que fazer? Bom, nós já havíamos viajado por 9:30, estávamos mortos, não tinha nada nas proximidades, o que nos restou foi dormir com nuestras amigas cucarachas! Eu, Dri, tenho pânico de baratas, mas o que eu podia fazer naquele momento? Com certeza, durante o próximo ano vamos enfrentar muito mais que baratas, e como li uma vez: “por mais asquerosas que sejam as baratas não podem nos causar danos físicos”. Então meu amigo, numa situação como essa o máximo que dá pra fazer é dormir de luz acesa e rezar pra que não apareça mais nenhuma. Acabei descobrindo que maior que meu pânico é meu sono! No dia seguinte, conversamos com a dona da pousada, que ficou morrendo de sem graça, mas nos arrumou um poderoso inseticida que deu cabo nas nossas amigas (pelo menos, não vimos nem rastro delas, só umas aranhinhas mortas). Ficamos duas noites na pousada e tudo correu bem, não podemos deixar que algumas baratinhas estraguem nosso passeio. No fim das contas, ficar na natureza é assim temos que lidar com os bichos que estão nela!
Curiosidade: dormi as duas noites com a música na cabeça: “encontrei uma barata na cozinha, eu olhei pra ela, ela olhou pra mim, ofereci a ela um pedaço de pudim, ela disse: sim vem cá ficar comigo…” (se você não riu da música, é culpa da sua idade vai lá e procura no Google).

A Península de Sámana

Mesmo com 9:30 de estrada e mais uma noite com baratas valeu muito a visita à Las Galeras, em Sámana. Uma pena não termos tido tempo para ficar mais. Lá é daqueles lugares em que você chega e quer ficar vendo o tempo passar. É menos esquema resort e mais contato com natureza e nativos. Visitamos duas praias: Rincón e Playita. La playita estava muito pertinho da nossa pousada, distância para ir à pé. A praia é bem calminha, e tem uma “infraestrutura” de restaurante (na verdade tem dois restaurantes). Experimentamos um prato típico, muito similar a nossa moqueca de peixe.  Já Rincón fica a uns 20 min de carro e é deslumbrante! A praia tem uns 6 km de extensão e você pode cruzá-la de carro no meio dos coqueiros. Atenção, dica local: por mais tentador que seja, não pare no meio do caminho! É deixar o carro parado para ir dar um pulo no mar e ser roubado. Calma, não vai ser assaltado, mas têm um monte de gente que fica escondida no matagal só esperando o turista dar bobeira para roubar as coisas dentro do carro. Siga até uma das pontas e pode parar sem problemas. As duas pontas da praia têm estacionamento e também uns restaurantes (ou botequinhos de madeira). Na ponta esquerda da praia (pra quem olha para o mar) tem um riacho e existem passeios de barco pelo rio. Nós não fizemos porque queríamos ficar mais de bobeira mesmo, curtindo o sol  e tomando uma cervejinha.


Êeee vidão!

Sem dúvida nenhuma a praia de Rincón foi um dos pontos altos da viagem e recomendamos a visita. A península toda nos encantou e se tivéssemos mais tempo ficaríamos mais uns dias por lá. Mas o vento soprou e nos levou à primeira cidade das Américas: Santo Domingo!

Um comentário:

Anônimo disse...

Já li que elas podem ser vetores para a poliomielite. Também que sempre andam aos pares. Mas..... vem k fik comigo...
Aventureira como o pai...

Olavinho