20 de outubro de 2014

Pagando as contas: Austrália

Parte de fazer uma viagem de um ano pelo mundo é que isso demanda um bom planejamento financeiro, um controle e acompanhamento quase diários das contas para que se possa rapidamente identificar qualquer desvio, e com isso traçar um plano de recuperação

No caso da Austrália, como poderão observar não tivemos grandes contratempos. O recorte do gráfico de gastos acumulados referente à Austrália mostra que obtivemos uma economia de US$ 956,77, e em nenhum momento ultrapassamos os gastos previstos.


Tivemos sim, grandes variações de gastos diários, em função dos tipos de hospedagem e das atividades que nos comprometemos a fazer, conforme mostra o gráfico comparativo entre a média de gastos diários esperado versus o realizado.


Em alguns dias nosso gasto foi zero ou próximo disso, pois ou já havíamos comprado todos os mantimentos para o dia nos dias anteriores, e então passamos o dia apenas andando pela cidade, sentados em parques públicos consumindo nossos sandwiches “home made”, ou então tivemos dias como na Tasmânia em que estivemos trabalhando durante o dia, e que não tínhamos gastos com hospedagem e alimentação. Em compensação, houveram dias com gastos altos, como no dia 30 de setembro, dia em que realizamos o pagamento de mais de US$ 700,00 referente ao passeio de 3 dias em um barco com direito a mergulhos na Grande Barreira de Corais, ou nos dias 19 e 20 de setembro, datas da compra das passagens de ônibus de Adelaide a Alice Springs, que nos custaram aproximadamente US$ 400,00 para o casal, e aluguel de um carro/mini-camper para passar 3 dias no outback.

Vale lembrar que nosso planejamento foi baseado em gastos médios diários, já que não é possível em uma viagem de grande duração como a nossa, estabelecer uma programação diária de atividades o que por consequência geraria um fluxo de caixa igualmente atrelado.

Iniciamos nossos dias pelas terras dos cangurus com uma economia já realizada de 7,22% em relação ao planejado (essa margem inicial foi gerada nos meses anteriores ao início da viagem, em compras de malas, roupas, passagens e custos de vistos, por exemplo), e terminamos nossa viagem pela Austrália com essa margem em 10,09%, conforme mostra o gráfico abaixo:


No dia 30 de setembro, dia do pagamento do passeio na Barreira de Corais, chegamos ao patamar  mais apertado da nossa margem com apenas 5,90% de diferença entre o efetivamente gasto e planejado. No entanto, nos dias que se seguiram, conseguimos economizar o suficiente para voltarmos ao patamar inicial, e 15 dias depois, já no final da passagem pela Austrália, chegamos aos 10,09% de margem, acima da nossa meta de 10%. Para isso, conforme já esperávamos, fugimos dos passeios tipicamente turísticos como Frasier Island ou Withsundays, cujos custos diários por pessoa podem facilmente ultrapassar os US$ 300,00. No entanto, isso nos proporcionou experiências incríveis como podem ler aqui.

Quanto à representatividade dos gastos que tivemos, pode-se ver pelo gráfico de distribuição de custos, que os custos de transporte tiveram bastante impacto nas contas, com mais de 41% de representatividade.


Apesar de termos economizado bastante, com 2 relocações de carros de grande percurso (entre Alice Springs e Cairns e Cairns e Sydney), o custo de deslocamento na Austrália é bastante alto. O litro de gasolina ou diesel varia entre AU$ 1,37 e AU$ 2,40 dependendo de onde você estiver no país, e como dirigimos aproximadamente de 10.000 Km, tivemos que arcar com o custo do combustível. Mas ainda assim, há de se levar em conta que qualquer passagem de ônibus/ trem ou metrô na Austrália não lhe custará menos do que AU$ 3,50. Além disso, o preço das passagens de ônibus entre cidades também não são nada amigáveis, como já tratado neste post. Como podem ver no mesmo gráfico, nossos gastos com compras foram praticamente inexistentes (portanto não tenham grandes esperanças quanto a ganhar um souvenir da Austrália. O único beneficiado aqui foi a Clarinha, nossa sobrinha, que vai ganhar um canguruzinho assim que encontrarmos um país em que os custos de postagem sejam acessíveis). Custos de alimentação e hospedagem praticamente se equivaleram, mas há que se levar em conta que incluímos cerveja e vinho, que são caros por estas terras, nos custos de alimentação, e que tivemos uma redução significativa dos gastos com hospedagem utilizando bastante couchsurfing, dormindo no carro, no ônibus noturno para Alice Springs, e contando com a ajuda da Lu e do Ben em Sydney.


Já os custos com passeios foram muito impactados pelo passeio de barco na Grande Barreira de Corais, que nos custou o equivalente a US$ 850,00 o casal, contando todos os gastos (inclusive os mergulhos extras).

Assim, entendemos que se ainda quiser economizar mais que nós, a estratégia é não consumir bebidas alcoólicas, deslocar-se o mínimo possível (tentando se hospedar nas regiões centrais das cidades, de preferência em hostels ou couchsurfing) e fugir dos passeios turísticos. Isso já ajuda bastante...

No fim da viagem, acreditamos que toda a passagem pela Austrália acabou por ser bem sucedida. Financeiramente, conseguimos superar as expectativas de gastos com uma economia de US$ 956,77, o que representa 13,64% do budget planejado para a Austrália. Isso nos permitiu economizar para os próximos meses, onde os custos tendem a ser bem mais baixos. Considerando que a Austrália, com um gasto médio diário esperado por casal de US$ 176,00, é a 2parte mais cara de nossa viagem (perde apenas para a África, onde a média de gasto esperada é de US$ 200,00 para o casal), isso representa um ótimo número, já que cada dólar economizado aqui, terá muito valor nas próximas fases da viagem, onde o mesmo dólar vale muito mais do que na Austrália (costumo dizer que cada cerveja não consumida na Austrália representa umas 6 cervejas que poderemos consumir na Tailândia, por exemplo, já que a mesma latinha de cerveja que custa entre US$ 3,00 e US$ 4,00 na Austrália, pode chegar a custar cerca de US$ 0,50 no sudeste asiático).

Agora vamos em direção ao Japão onde também temos uma expectativa de gastos diários de US$135,00. O Japão ainda está entre os países com custos mais altos dentro do nosso planejamento, mas ainda assim, bem menores do que na Austrália e serão apenas 15 dias, o que reduz os nossos riscos de sairmos fora dos planejamento. E que os ventos não levem nosso dinheiro em vão...

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