Vamos pra onde o vento nos levar!: Ho Chi Minh ou Saigon

Nossa travessia entre o Camboja e o Vietnã foi super tranquila. O ônibus era bem confortável (para o padrão Camboja), tinha até wi-fi (puro luxo)! Chegamos em Ho Chi Minh (que é o nome oficial da cidade, mas em muitos lugares ainda é chamada Saigon) já de noite e a cidade estava uma festa só. Viemos para o Vietnã na véspera da comemoração do Ano Novo Lunar, ou Tet (não diga para os vietnamitas que é o ano novo chinês) e toda a cidade estava enfeitada para receber o ano novo. Uma curiosidade histórica sobre o Tet: foi durante este feriado que aconteceu a maior ofensiva dos Vietcongs contra os americanos, justamente por não esperarem um ataque durante o feriado (os vietnamitas levam muito a sério o Tet) foram pegos de surpresa e foi aí que começaram a perder a guerra.

Você deve estar pensando que esta é uma ótima data para vir visitar o país, certo?! Pois é, o problema é que, devido ao feriado, tudo fica mais caro, mas muito mais caro. Para se ter uma ideia, as passagens de ônibus triplicam de preço. Nos dias seguintes ao ano novo muita coisa fica fechada, inclusive atrações turísticas. É legal ver animação das pessoas, as ruas enfeitadas, mas nós não recomendamos essa data para visitar o país.

Aqui conseguimos um couchsurfing (depois de um longo período!). Ficamos hospedados na casa de uma estudante de marketing, muito interessada em conhecer outras culturas. Nós conversamos muito sobre como são as coisas no Brasil, como são no Vietnã, e pra variar descobrimos que possuímos mais similaridades do que imaginávamos (no fundo, no fundo, o mundo é mais parecido do que a gente pensa!). Ela nos mostrou seu ponto de vista sobre o país, contou que ainda existe uma rivalidade entre o norte e o sul e outras curiosidades.

Nós passeamos por dois dias inteiros pela cidade e achamos que estava de bom tamanho. Não fizemos o passeio dos túneis que estão próximos da cidade, ficou para a próxima, mas de resto até que conhecemos bastante coisa. Andamos bastante pelo centro, fomos na Notre Dame (que não é a de Paris!) e no prédio dos correios projetado pelo Gustave Eiffel (sim, o mesmo da torre Eiffel!). Também visitamos o museu de memórias da guerra. Este aqui é pra quem tem estômago forte, as fotos são muito marcantes, a Dri até chorou em uma delas. Mas é interessante, faz parte da história e é importante lembrar os horrores da guerra para que não se repita (os chefes de estado deveriam visitar esses lugares antes de entrarem em conflitos). Também visitamos o principal mercado da cidade, que é tipo “frango com tudo dentro”, você encontra de tudo um pouco lá!

As cidades do Vietnã não são amigáveis para o pedestre. As calçadas são ocupadas por tudo quanto há: barraquinhas de comida, estacionamento de motos, feiras, e qualquer outra coisa que não seja o pedestre. Mesmo assim, insistimos (e sobrevivemos) bravamente e fizemos tudo à pé. É muito fácil se localizar no centro de Saigon, o problema é o trânsito e as motos loucas (e dizem que Hanoi é ainda pior, affe!). O transporte público ainda é bem precário, mas estão com várias obras pela cidade e tomara que eles consigam diminuir a quantidade de motos com uma melhoria no transporte público.

A cidade é interessante e muita coisa nova está por vir: prédios bacanas com arquitetura de qualidade, monotrilhos e metrôs, renovação de avenidas. Ainda não é uma cidade que gostaríamos de morar, mas gostamos de visita-la!