15 de novembro de 2014

Jaipur: a cidade rosa e de muitas outras cores

Chegar em Jaipur também foi uma saga. Nem tanto pela quantidade de transportes que teríamos que pegar, mas mais pela tensão que passamos sem saber se iríamos, ou não, embarcar no trem. Vamos explicar melhor. Viajar de trem (ou de qualquer meio de transporte na Índia) já é por si só algo emocionante e complexo, ter passagens de trem disponíveis é algo para se comemorar. Basicamente, funciona da seguinte forma: ou você compra com bastante antecedência (tipo um ou dois meses) ou compra em cima da hora. No segundo dia em Rishikesh resolvemos tentar comprar pela internet a nossa passagem para Jaipur. Fizemos todo o longo procedimento e quando terminamos recebemos o voucher escrito: lista de espera. Ah, meu Deus! O que significa isso? Bom, pesquisamos e descobrimos que teríamos que ficar acompanhando nosso status e que no dia eles colocam uma lista na porta do trem, se seu nome estiver na lista pode comemorar, você vai embarcar! Se não, pode chorar, e procurar outro meio para viajar. No complexo sistema de trens (e das compras de passagens) existem várias cotas (para turistas, médicos, idosos, militares, e várias outras), só que muitas das cotas são abertas dois dias antes da partida do trem. Além disso, também existem muitos cancelamentos, então a chance de se embarcar estando na lista de espera é grande. Mesmo com dois meses de viagem e deixando o vento nos levar, nós ainda não somos tão descansados ao ponto de simplesmente relaxar e esperar para ver o que acontece. Até recebermos a mensagem com nossa confirmação e ver que nosso nome estava na lista, passamos por uns momentos de tensão. No final deu tudo certo e embarcamos para nossa primeira viagem noturna de trem pela Índia. Foram 13 horas de viagem, no esquema: dorme, acorda, verifica se as malas estão no lugar... Chegamos em Jaipur ainda de madrugada e mais uma vez o processo de negociação do preço da corrida de tuk-tuk. Como chegamos muito antes do horário do check in, já estávamos conformados em dormir no sofá, mas (para nooooossa aleeegria) nos deram um quarto para descansarmos até que o nosso estivesse disponível (ponto positivo para o hotel). Dormimos até a hora de trocar de quarto e depois fomos para a estação de trem tentar comprar as próximas passagens. Depois de muitas horas, conseguimos passagens para nossos próximos destinos (o que nos dá um alívio muito grande) e pegamos um tuk-tuk (cujo dono ficou praticamente grudado o dia inteiro conosco para conseguir a corrida) para explorar a cidade rosa propriamente dita. O centro da cidade (ou a cidade rosa) é a parte planejada de Jaipur. É cercada por uma muralha e possui vários pórticos de acesso. Segundo nos informou nosso motorista (não sabemos até que ponto a informação confere), os pórticos são conhecidos como: do elefante, do cavalo e do camelo. Eles ganharam esses apelidos na visita do príncipe da Inglaterra, pois o príncipe entrou por um deles montado num elefante, a princesa num cavalo e a comitiva em camelos. A cidade rosa é praticamente um grande bazar, e a configuração é muito interessante. Além disso, lá está o City Palace, o observatório Jantar Mantar, o palácio Hawa Mahal e mais museus e outras atrações. Como já estava no final do dia e as atrações fecham às 16:30, nos dedicamos mais à caminhar por entre as lojinhas (sempre negando qualquer oferta) e até sentamos para tomar chai em uma barraquinha de rua. 
No dia seguinte, pegamos nosso tuk-tuk para um tour diário, agendado previamente (sempre tente ter uma ideia do preço antes, nós fechamos o nosso por 700 rúpias, mas descobrimos que poderia ter sido 500 rúpias). Engraçado que assim que sentamos, o motorista nos ofereceu para levar de carro por apenas mais 200 rúpias, nós negamos e como ele não queria dirigir o tuk-tuk o dia inteiro acabou nos levando de carro pelo mesmo preço. Começamos nosso passeio pelo observatório Jantar Mantar. Ah, se você pretende ir ao Amber Fort vale a pena comprar o ticket combined, que dá direito a várias atrações e sai pelo mesmo preço do ticket do forte. O observatório é muito interessante, é impressionante ver o conhecimento de astronomia lá do século XVIII. De lá seguimos para o Amber Fort, que é a principal atração de Jaipur. O forte também nos surpreendeu bastante, tanto pela beleza quanto pela grandeza! Passamos umas 2 horas por lá, mas dá para ficar o dia inteiro. No caminho de volta para cidade, paramos no water temple, que vale a parada só porque está no meio do caminho, é só descer do carro, tirar foto e seguir viagem. Claro que o motorista quis nos levar num lugar especial para comprar tecidos, ou melhor "to see is free". Fomos lá, só para constar porque saímos sem nada (tem que tomar muito cuidado porque senão você sai com a loja inteira). E por fim, seguimos para o Hawa Mahal a contra-gosto do motorista. Os motoristas de taxi e tuk-tuk não gostam de levar até lá porque é confuso e não tem lugar para estacionar, e vão insistir que o bonito é por fora e não tem nada lá dentro. Mas nós insistimos que queríamos ir porque já estávamos com o ticket pago (o ticket combined também vale para essa atração). Valeu a nossa insistência. O palácio é interessante e do último andar você tem uma vista muito legal da cidade.
Dois dias em Jaipur são suficientes para visitar a cidade. Existem ainda outras atrações, mas nós focamos nessas e ficamos bem satisfeitos com nosso dia de turistas! Ainda ficamos mais um dia, mas foi basicamente para esperar o trem para Agra e aproveitar a internet do hotel para por em dia nossas tarefas como viajantes (ao contrário do que muita gente pensa, nós temos muito trabalho a fazer!). E vamos seguir viagem, com nossos ventos soprando em direção ao Taj Mahal.

A cidade rosa

Lujinhas!

Jantar Mantar

Maior relógio de sol que já vimos

Instrumento para medir a distância dos astros

Amber Fort

A praça dentro do forte



Water temple, paradinha rápida só pra tirar foto mesmo

Hawa Mahal e suas mil janelas

Vista para o bazar


Topo do Hawa Mahal, vale a vista!

De cima para baixo

De baixo pra cima


As cores de Jaipur

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