2 de novembro de 2014

O Japão muito além do sushi e sashimi


Foram somente 15 dias de viagem por aqui, mas o suficiente para nos encantarmos e nos impressionarmos com o país. Aliás, mais do que com o país, nos impressionamos muito com os japoneses. Ao contrário do que pensávamos, o japonês é muito caloroso, amigável e sempre está disposto a ajudar (mesmo sem falar o seu idioma, ou qualquer outro idioma). É só fazer uma cara de perdido na rua que logo vai aparecer alguém pra te ajudar. Passamos por várias situações: um casal que fez questão de nos levar da estação de trem até o local onde iríamos nos hospedar (isso às 22:00!), pessoas que nos ajudaram a comprar bilhete de metrô, o casalzinho que traduziu nossa pergunta para o staff na entrada do motel em Kyoto, o casal que nos deu carona em Takayama, e inúmeras outras situações em que sempre tinha um japa disposto a nos ajudar. Seja através de mímicas, gestos, ou de um inglês bem mais ou menos, alguém vai te ajudar em qualquer situação. A impressão que temos é que as pessoas ficam muito felizes com sua visita! Bem-vindo ao Japão! Ao entrar nas lojas, restaurantes, hotéis, sempre alguém te saúda com um "shaimasse" (vamos sentir falta disso), além de estarem sempre sorrindo! 
O japonês tem um senso de comunidade muito grande. Pelo que observamos, o bem comum aqui fala mais alto que o benefício próprio, talvez por isso eles estão sempre tão dispostos a ajudar. É fácil perceber, as pessoas esperam a sua vez organizadas em filas, ninguém sai empurrando o outro (mesmo no horário de pico do metrô), ninguém ouve música alta, nem fala no celular dentro dos trens e metrôs. Se você esquecer alguma coisa em um restaurante quando voltar para buscar vai estar lá. É proibido fumar nas ruas da cidade, existem algumas áreas de fumantes designadas. Por outro lado, é permitido fumar nos restaurantes, uma vez que é um espaço privado e você tem a opção de estar lá ou não. Como já comentamos anteriormente, cada um cuida do seu lixo e ninguém sai por aí jogando lixo na lixeira do vizinho, na rua ou nos rios.
O país é muito seguro. Você pode andar tranquilamente pelas ruas da cidade, a qualquer hora do dia ou da noite, em locais mais escuros ou mais iluminados. Se for no restaurante e deixar seu celular em cima da mesa enquanto vai ao banheiro, com certeza quando retornar ele estará lá do mesmo jeito que você deixou. Claro que nós, como brasileiros, estamos sempre prestando atenção ao nosso redor, e mesmo aqui não descuidamos das nossas coisas, mas de fato, dificilmente você sofrerá um roubo aqui no Japão.
As bicicletas aqui são muito utilizadas. E não são as ciclovias que incentivam o uso delas, até mesmo porque quase não vimos ciclovias espalhadas pela cidade, o uso da bicicleta já está incorporado na sociedade como um meio de transporte. As bikes dividem o espaço com os carros nas ruas ou os pedestres nas calçadas e são utilizadas por velhos, jovens, executivos, estudantes, mães carregando filhos, e por aí vai. É muito comum ver pessoas bem vestidas, homens com ternos, mulheres com salto, saia e meia fina, pedalando por aí. Os bicicletários estão sempre lotados e magrelas de todo o tipo circulam pelas cidades. Curioso é que não é exigido o uso de capacete (as meninas não têm desculpa que vão desarrumar os cabelos!). De fato, ciclistas pedestres e carros dividem o espaço urbano amigavelmente!
Com relação à culinária, esqueça sushis e sashimis (principalmente se sua viagem é low budget como a nossa). Os sushis são bem caros por aqui e não é a comida do dia-a-dia dos japoneses. Aliás, nós ainda não sabemos como os japoneses são magros porque a base da alimentação é fritura e carboidrato! A culinária é rica em sabores e temperos, alguns pratos têm mais temperos que comida! E tudo é muito, mas muito saboroso (exceto o feijão doce, esse é difícil de engolir!)! O melhor é que você pode ir na lojinha de conveniência e comer qualquer bolinho lá que vai ser saboroso e bem feito.  Alimentação aqui também não é caro (à exceção de sushi e sashimi), come-se muito bem por R$ 10,00. Os pratos são bem servidos e a maioria das vezes dá pra dividir. Nós até comemos sushi e sashimi (2 vezes), mas como o preço não era tão amigável, nos dedicamos às comidas locais (e que também são mais difíceis de se encontrar no Brasil). Ah! Não é falta de educação fazer barulhinho quando se come macarrão! Ainda com relação à culinária, surpreendentemente existem muitas padarias por aqui (pelo menos a Dri não esperava que o consumo de pães aqui fosse alto). Os pães, bolos, croissants são deliciosos (e olha que a gente só comprou das lojinhas de conveniência, nem passamos perto das padarias chiques). Até pão de queijo encontramos por aqui, e até que era gostoso, bem parecido com os das padarias do Brasil (a Dri ficou emocionada, pela primeira vez ela encontrou pão de queijo fora do Brasil!).
Outra coisa que notamos é que o Japão é um país muito visual. Mais do que qualquer outro sentido, aqui você vai utilizar a visão. Pra começar a escrita parece um monte de desenhos para nós, e além disso todas as placas têm algum desenho ou caricatura para ilustrar. As cidades são repletas de luminosos e painéis, tem horas que é preciso até fechar os olhos de tanta informação que vemos!
Mas o que mais nos chamou atenção e nos admirou no Japão é a capacidade de reconstrução que o país e as pessoas possuem. Isso ficou muito claro na nossa visita a Hiroshima, mas é algo que notamos pelos lugares que passamos. Você percebe que o Japão está sempre se reconstruindo, quer seja de um desastre natural (terremoto, vulcão, tissunami), quer seja de uma bomba atômica, ou o que quer que seja. Acontece a desgraça, as pessoas sacodem a poeira, reconstroem o que for preciso e seguem em frente. Não existe um melindre, um ar de sofrimento, um "coitadinhos", eles simplesmente lidam com o fato e se for preciso reconstruir que assim seja. Essa é uma lição que ficou para nossas vidas: não importa o tamanho do desastre, a capacidade de reconstrução deve ser sempre maior!
E que nosso ventos nos levem ao próximo destino: Índia!

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