21 de fevereiro de 2015

Camboja: os dois lados da moeda





Nós praticamente visitamos apenas 2 lugares no Camboja: Siem Reap e Pang Sei (apesar de termos passado 3 noites em Phnom Pehn, não passeamos pela cidade, nós conhecemos a embaixada chinesa e a rodoviária! Devemos confessar também que nos cansamos do pouco que andamos pela cidade, pois é grande e bem confusa!). Mas foram experiências muito interessantes e distintas, vivemos os dois lados da moeda.
Em Siem Reap, vimos e vivemos a parte mais turística do país. A estrutura da cidade, os restaurantes, hotéis, bares são todos montados para o turismo forte da região. E devemos dizer que está muito bem montado. Mas, se a cidade não aproveitar agora, que ainda possui um tamanho razoável, para melhorar sua infra-estrutura urbana (transporte, ruas, coleta de lixo, cabeamento, etc) em pouco tempo terá um tamanho grande e o crescimento será bem desorganizado (bom, essa é nossa impressão, se fossemos prefeitos de Siem Reap iríamos investir agora!). 
Já em Pang Sei, vimos e vivemos a realidade do país. Muita pobreza, condições subumanas de trabalho, casas muito simples, falta infra-estrutura, falta saneamento, falta água encanada, mas não falta simpatia e pessoas sorridentes. A realidade é dura, é cruel, é pobre, e mesmo assim as pessoas são felizes, estão sempre com a cara boa e não nos pareceu que reclamam da vida. Temos que levar em consideração que a maioria delas também não conhece outra realidade a não ser essa, e que talvez por isso não reclamam da vida. Para nós fica a reflexão, muitas vezes reclamamos de problemas tão pequenos, deixamos que uma coisinha tão insignificante acabe com nosso dia, enquanto isso várias pessoas estão passando pro problemas sérios na vida, ou mesmo vivem com tão pouco recurso, e continuam a sorrir!
Curiosamente, no Camboja a moeda oficial é o Riel, mas todos os lugares aceitam dólares americanos e em muitos deles o preço não é nem em Riels, mas em dólares. É estranho, mas é assim que funciona. Existe a moeda oficial, mas na prática a oficial mesmo é o dólar. Mas eles não aceitam moedas, nem cédulas rasgadas (por menor que seja), e muitos lugares também não aceitam se o dinheiro for antigo.
O Camboja ainda é um país em recuperação. Ainda hoje sofre com as minas terrestres e os horrores da guerra civil. Mas ao mesmo tempo, está se desenvolvendo, principalmente por conta do turismo. Além disso, observamos muitas indústrias e fábricas chinesas espalhadas pelo país, muita construção e obras de infra-estrutura na capital (Phnom Pehn), o difícil é saber se isso tudo é benéfico ou não. Pelo que observamos, as condições de trabalho ainda são subumanas e os salários muito baixos. E a pergunta que fazemos é como esses novos empregos vão melhorar a vida das pessoas, e que tipo de futuro aguarda essas crianças? Do fundo do coração, esperamos que o crescimento aconteça de forma sustentável e que em pouco tempo a realidade dessas pessoas tão sorridentes seja outra (bem melhor que a atual!).

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