6 de fevereiro de 2015

Luang Prabang


Não tivemos uma chegada triunfal em Luang Prabang, mas nós também não guardamos ressentimentos e não deixamos coisas desse tipo (monopólio de tuk-tuk, por exemplo) estragarem nosso dia. Mas fizemos uma reclamação no centro de informações turísticas. Não foi bem uma reclamação, contestamos o fato dos barcos pararem longe do centro e falamos que isso não é bom para o turismo (principalmente, para os turistas “low-budget” como nós). O que nos incomoda muito é sermos explorados, e nos deixarem sem opção. A corrida de tuk-tuk nos saiu a 40.000 kips / casal (equivalente a US$ 5,00), não é nenhum preço exorbitante, mas é o equivalente à entrada na cachoeira. O problema não é o valor, mas sim a situação que nos foi imposta.
Mas página virada e aviso feito, vamos conhecer Luang Prabang. Nosso hotel não era no centrinho da cidade (quase sempre um bom preço exige uma caminhada), mas estava a 15 minutos de caminhada, o que para nós é quase nada! Como sempre dizemos, estar fora do centro nos proporciona olhar mais de perto a vida local, e esse é o espírito da nossa viagem!
Como o Manu tinha torcido o pé, resolvemos não ir até o centro e aproveitar os restaurantes locais próximos do hotel. Foi até difícil escolher um, tamanha a variedade. A comida não mudava muito: noodle soup ou churrasquinho (o Laos é o país do churrasquinho, e da noodle soup também!), escolhemos um e pedimos nossa sopa e uma beerLao. Mesmo com a dificuldade da língua, o atendimento foi ótimo e a simpatia reina. Sorrisos valem mais que palavras!
No dia seguinte, fomos explorar a cidade. No primeiro dia, gostamos de fazer o reconhecimento do terreno, entender como a cidade funciona, ver o que ela tem para oferecer. E em uma manhã de caminhada conseguimos passear pela cidade toda! Surpreendentemente, a cidade tem uma boa infra-estutura: bons hotéis, restaurantes e cafés super charmosos. Opções para todo gosto e todo bolso também (principalmente para bolsos mais cheios!). Aqui também você pode escolher entre uma infinidade de passeios: caiaques, passeios de barco, passeios com elefantes, visitas às cachoeiras, trekkings, etc. Nós escolhemos uma das cachoeiras para visitar no dia seguinte.
Todas as noites acontece o Night Market, bem no centro de Luang Prabang. Eles fecham uma das ruas principais, e montam as barraquinhas. O conteúdo é basicamente artesanato e comidinhas! As peças de artesanato são muito bonitas, as cores e desenhos chamam a atenção. Roupas, lenços, luminárias, artigos de decoração estão entre os principais itens vendidos nas barraquinhas. Como nossas compras se resumem a ímãs de geladeira e bonequinhas para nossa sobrinha, apenas olhamos o resto e comentamos que numa próxima vinda levaremos isso ou aquilo! É interessante observar as crenças dos povos, aqui eles “benzem” a mercadoria com o dinheiro recebido na primeira venda. Eles passam o dinheiro nas outras mercadorias para trazer boa sorte e boas vendas! No Night Market descobrimos o melhor custo-benefício em alimentação de toda a viagem (pelo menos até o presente momento): tudo o que você conseguir colocar em um prato por 10.000 kips (mais ou menos US$ 1,20, ou US$1,38 pela nossa cotação). O melhor esquema “serv-serv”, com uma boa variedade. Carnes não estavam incluídas no preço, mas quem precisa de carne quando se pode fazer um prato com arroz, macarrão, tofu, vegetais e coisas fritas!
No dia seguinte, resolvemos chegar cedo na praça principal para barganhar um tuk-tuk até a cachoeira. Nós lemos essa dica no Trip Advisor e fazemos questão de compartilha-la: tente chegar no máximo às 11:00 da manhã nas cachoeiras! Elas ficam muito cheias e quanto mais cedo você chegar, menos terá que dividir sua foto com um monte de chineses fazendo selfies! Nós dividimos um tuk-tuk com duas famílias de franceses (com crianças! Gente, é muito possível viajar com crianças pequenas) e mais um coreano. Chegamos na cachoeira por volta de 10:30 e pudemos disfrutar de algumas horas de contemplação sem o "boom" turístico. As cachoeiras são lindas! A água é azul turquesa. São vários níveis que vão formando piscinas e quedas. Fomos caminhando até o último nível! A subida é puxada (vá pelo caminho da esquerda!) mas a vista lá de cima é muito linda. Quando fomos descer, encontramos com os franceses e suas crianças subindo. Os pequenos (menores de 2 anos) nas costas e os maiores acompanhando os pais (anotação mental: num futuro não tão distante, queremos ser assim!). Quando chegamos embaixo parecia que tinham nos teletransportado para outro lugar (mais precisamente para o piscinão de Ramos!)! As lindas piscinas azul turquesa, agora estavam lotadas de gente pulando, gritando, fazendo selfies. Ainda bem que chegamos mais cedo! Mas ainda não tínhamos entrado na água, então nos juntamos ao grupo para um banho de cachoeira. Água gelada, mas revigorante! 
No nosso último dia, acordamos bem cedinho, às 5:00 da manhã, para ver a ronda dos monges. Assim como na Tailândia, os monges saem de manhã cedinho para receber as doações de alimentos. Quando saímos do nosso hotel ainda estava escuro, e por todo caminho vimos pessoas nas portas de suas casas/ estabelecimentos comerciais, ajoelhadas esperando os monges passarem. É muito lindo ver a doação, saber que aquelas pessoas preparam os alimentos com muito carinho e que mesmo tendo pouco, fazem questão de doar. Os monges passam, abrem suas tigelas e as pessoas colocam os alimentos lá dentro. Elas fazem orações e se sentem abençoadas! Caminhamos até o centro observando as pessoas e os monges. No centro a coisa se torna um pouco mais turística. Muitos turistas, como nós, também acordam cedo para ver. Você pode comprar o seu "kit de doação" e entrar na fila para entregar aos monges. Tem um monte de barraquinhas que ficam vendendo os "kits". Nós achamos isso um pouco sem sentido. Afinal, a doação deve ser de algo que tenha valor para você. Não estamos condenando, ou criticando quem compra os "kits"apenas questionando o real sentido do ato. Devemos lembrar que é um ato sério, e não uma atração que você simplesmente marca um "check". Se for doar, faça de coração, pense no ato e acredite no que está fazendo. Pelo menos, essa é nossa opinião.
Depois de acompanhar a ronda, voltamos para nosso hotel e aproveitamos o tempo disponível até o horário do check-out para organizar as "cenas dos próximos capítulos" da viagem. Finalizadas as tarefas, deixamos as mochilas no hotel e fomos procurar um café enquanto esperávamos horário do ônibus. Sentamos num restaurante na beira do rio, desses que jamais iríamos (por causa do preço, claro!) e descobrimos que a cerveja era o mesmo preço do supermercado e mais barata que o café. Então, desce uma beerLao! E ali passamos nossa tarde, tomando uma (ou 3) cervejinha(s), apreciando o rio... Uma ótima maneira de se despedir de Luang Prabang! Antes de pegar o busão, ainda paramos para jantar no nosso buffet predileto e encontramos por acaso nosso amigo italiano (que cruzou a fronteiro da Tailândia para o Laos com a gente). Coincidências da viagem!
Luang Prabang se mostrou muito mais do que os inescrupulosos donos de tuk-tuk. Não tivemos o começo ideal, mas definitivamente nossa passagem por aqui foi muito agradável!

Nossa ronda pela cidade, começando pelo Morning Market

Hum... Delícia

Alguém quer um frango aí?

Pelas simpáticas ruas de Luang Prabang

Na beira do rio


Sorvete com arroz (o verde escuro é
arroz), uma delícia!

Lao coffee, o branquinho é leite 
condensado!

Night Market

Tudo que couber no prato por US$ 1,20?!

Na cachoeira

Tuk-tuk com os franceses!


Aha! Olha quem veio pra cachu!

Ronda dos monges



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