Vamos pra onde o vento nos levar!: Vientiane

Depois de uma noite emocionante, chacoalhando no busão, chegamos à capital do Laos. As estradas do Laos ainda são muito precárias e as viagens por terra costumam ser longas e cansativas. A estrada que liga Luang Prabang a Vientiane é cheia de curvas e muitas vezes o espaço não é suficiente para dois carros. O importante é que chegamos!

Nosso hotel ficava bem no centro da cidade. Dessa vez o mais barato era bem central. A cidade é grande, mas o centro e principais pontos turísticos são todos acessíveis a pé. Nosso quarto não demorou muito a ficar pronto e fomos descansar antes de sair pela cidade. Acordamos já na hora do almoço e seguimos nosso padrão de reconhecimento de terreno. Mas dessa vez, além de se localizar na cidade ainda tínhamos duas missões: buscar informações sobre o visto para o Vietnã e descobrir como chegar até o Camboja. Só nessa missão já conhecemos boa parte do centro da cidade, e logo voltamos para nosso hotel porque o calor durante o dia é de matar! Apesar de estar à beira do rio Mekong, o clima é seco e quente, além de ter muita poeira. É bem maçante andar entre às 11:00 da manhã e às 15:00 da tarde.

À noite fomos no Night Market que funciona na beira do rio. Existem dois Night Markets, um mais turístico e maior, que é justamente o que fomos, e outro que é só de comida e frequentado pelos locais. O Night Market da beira do rio segue o padrão do de Luang Prabang, milhares de barraquinhas de roupas e outros artigos “oliginais”, artesanatos e comidas. Fica bem cheio e é frequentado tanto pelos locais quanto pelos turistas. Notamos que, mesmo com a existência de lojas, as pessoas compram roupas nos mercados.

No dia seguinte, levantamos cedinho para ir até a embaixada do Vietnã tentar tirar o visto. Vários hotéis e agências oferecem o serviço, que chamam de “Visa Service”, mas nós achamos que não valia a pena. Para se ter uma ideia, as agências cobram US$ 80,00 pelo serviço e o visto sai no dia seguinte. Se você fizer por conta, vai pagar US$ 70,00 (valores de Fevereiro de 2015) para o visto sair no dia seguinte. Se você tiver mais dias disponíveis na cidade o visto fica mais barato, para sair em 2 dias custa US$ 65,00, e em 3 dias o visto custa US$ 60,00. Nós pedimos para o dia seguinte, pois caso contrário teríamos que pagar mais uma diária de hotel e daria na mesma.

Pertinho da embaixada do Vietnã está situado o principal templo da cidade, onde acredita-se estar guardado um osso do Buda. Não se sabe se é verdade ou não, mas é um lugar de peregrinação, e vale a visita. Nós não entramos no museu, mas gostamos do passeio pela área externa.

Almoçamos com um alemão, que conhecemos via couchsurfing, e ele nos deu algumas dicas, principalmente de lugares para praticar esportes na cidade. Mas a dica mais importante foi o lugar onde o time de rugby da cidade treina. Quem conhece o Manu pode imaginar a felicidade dele ao ouvir "treino do time de rugby local"!

À noite fomos explorar o outro Night Market, e devemos confessar que nos agradou muito. Uma rua inteira de barraquinhas de comidas, no melhor estilo local! Lá fomos nós passar de barraquinha em barraquinha provando os "flitos" e churrasquinhos. E pra coroar nossa passagem pelo Night Market ainda paramos para assistir a uma partida de bocha (ou algo parecido) dos locais. Foi muito divertido, compramos uma cervejinha e ficamos assistindo o jogo, que como percebemos e como eles nos disseram, era mais uma desculpa para beber cerveja!

No dia seguinte, exploramos a orla do rio e um canto da cidade onde ainda não tínhamos passado. A beira do rio é super bem cuidada, tem um calçadão e um parque muito legais. Pelo que vimos foi uma parceira do governo da Coréia com o Laos. Aliás, notamos que o Laos tem recebido muito incentivo financeiro internacional, e acreditamos que em pouco tempo Vientiane terá uma cara completamente diferente. Vimos muitas obras, principalmente de grandes empreendimentos imobiliários e shopping centers.

O dia terminou de uma maneira muito gratificante: conseguimos ir até o treino do time de rugby da cidade! O Manu treinou com o pessoal, primeiro com o time juvenil e depois com o time oficial. Foi uma dessas surpresas muito gostosas da viagem! No final até trocou a camisa do Brasil pela do Laos!

Vientiane nos surpreendeu bastante. A cidade se mostrou mais desenvolvida do que imaginávamos, e com traços de que muita coisa ainda vem pela frente. Percebemos o legado francês nos boulevares e padarias da cidade, mas também percebemos a influência russa numa arquitetura mais austera. Misturado a isso está a tradição, presente nos inúmeros templos espalhados pela cidade. Um pouco de tudo com um futuro, que esperamos que seja, promissor!